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a revolta das palavras

a revolta das palavras

Haruki Murakami

Julho 29, 2019

fio de beque

foi um feliz encontro por acaso. um amigo falou-me da sua leitura do “Crónica de um Pássaro de Corda” e, curiosa pelo seu relato, fui comprar o livro. e depois muitas outras leituras se seguiram.

a sua escrita faz-me lembrar José Saramago. não pela forma de redação, que é muito diversa, mas pela capacidade de, a partir de estórias quotidianas e banais, desconstruir factos e reconstruir relatos magistralmente surpreendentes, num mundo de fantasia deslumbrante.

é assim a escrita deste japonês muito premiado, traduzido para várias línguas e considerado um dos melhores escritores contemporâneos. não que seja essa a razão porque aprecio e me envolvo no poder das palavras dos seus romances desconcertantes e, a partir de determinado percurso de leitura, agradavelmente consistentes com a sua perspetiva de que somos (ou podemos ser) muito mais do que pensamos ser.

levo a sua escrita para férias. desta vez “A Morte do Comendador” e “Ouve a Canção do Vento”, a par do português João Tordo com “A mulher que correu atrás do vento” serão o meu acesso ao portal para romper com o quotidiano entediante e pisar o universo plural onde a realidade se mistura  com o que é possível acontecer e onde o impossível pode acontecer.

para terminar, quando regressar, tenho à minha espera “Autobiografia” de José Luís Peixoto, diz a crítica que a “brincar” com as personagens de Saramago. tenho reservas, mas não objeção de consciência, quanto às tatuagens que supostamente fez com elas.

 

advogada do diabo procura sócio para causas supostamente perdidas

Julho 16, 2019

fio de beque

não pode apresentar-se disfarçado de cavaleiro nem de trovador. pode ser Robim das cidades mas com interdição de porte de armas, sejam elas brancas ou pretas. sem rotinas conhecidas. sem utilização frequente de palavras chave. sem frases icónicas. sem capacidade para citações patéticas. nem de filósofos antigos, nem modernos, nem contemporâneos. sem lugar cativo no coliseu. sem escova de dentes escondida na bolsinha de dentro da pasta de executivo. que não saiba o preço do gasóleo nem da gasolina e não tenha dinheiro para um carro elétrico. que goste de petiscar. de conversar. e de cinema estranho. de conversas sem sentido. e de filosofias sobre a existência ou não de deuses e deusas. de anjos com sexo ou assexuados. de literatura sobre a importância ou não dos sonhos. e sobre grandes histórias que se constroem sobre instantes de vida que se viveram ou apenas se imaginaram. sobre a escrita que nasce da observação distanciada dos outros. sobre as personagens reais que desfilam quotidianamente no pequeno mundo terrestre e sobre as que se constroem a partir delas inventando-lhes vidas paralelas. mais ou menos bonitas. com percursos mais ou menos interessantes. e obrigatoriamente com finais que nunca serão felizes.

advogada do diabo procura sócio  para a elaboração de uma defesa demolidora quando tais criaturas forem acusadas de falsa identidade e de usurpação de qualidades.

a favor do Expresso

Julho 16, 2019

fio de beque

parabéns a quem escreveu o texto para a descoberta das palavras cruzadas. só quem não é capaz de se rir das suas próprias asnices é que não encontra o humor descarado nesta frase “ensinam quando não estão em greve”, ou então quem já não ensina nada aos miúdos nem aprende nada com eles há décadas, esteja ou não em greve. desculpem, mas continuo com ataques descontrolados de riso.

a maior lição do mundo

Julho 16, 2019

fio de beque

A Maior Lição do Mundo é uma iniciativa do Projeto ‘Everyone’ à qual se associam organizações como a UNICEF e a UNESCO, bem como diversas personalidades a nível mundial.

o Comité Português para a UNICEF e a Direção-Geral da Educação juntaram esforços a fim de promover esta iniciativa e envolver o maior número de crianças e jovens a viver em Portugal.

a agenda que vai orientar o desenvolvimento das sociedades até 2030 é composta por 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). estes novos objetivos colocam o enfoque nas pessoas, nos direitos humanos e na resposta às crescentes desigualdades sociais, bem como englobam questões centrais como a paz, a segurança e as alterações climáticas.

divulgar estes 17 ODS, inscritos na Agenda 2030 da ONU, deveria ser uma prioridade dos projetos de Cidadania e Desenvolvimento de todos os Agrupamentos de Escolas. um destes 17 objetivos é ter um mundo sem pessoas desnutridas até 2030. se a fome no mundo está a crescer há três anos consecutivos, para atingir este objetivo é necessária uma mudança radical de paradigma nas questões económicas mundiais, na ajuda ao desenvolvimento de uma agricultura sustentável, onde é um fator decisivo de sobrevivência e nas políticas de natalidade dos países envelhecidos, que incentivam a natalidade e praticam políticas hediondas de controlo da imigração e de proibição injustificável de circulação livre de pessoas pelo mundo, que é a única casa de todos.

paradoxalmente, dizia o artigo, o excesso de peso e a obesidade também continuam a aumentar. paradoxo? só se for para os chimpanzés. as criaturas humanas não são chimpanzés. devíamos exercitar nas escolas a revolta contra a desigual repartição de comida e de materiais.

sobrepostar

Julho 16, 2019

fio de beque

segundo o relatório mensal do meu blog, que gentilmente o SAPO me envia no final do mês, hoje não é o dia oportuno para inserir um novo post. É por isso que hoje vou postar muito.

o primeiro, por ordem das minhas prioridades, vai ser sobre o relatório de várias organizações que nos informam que a fome no mundo está a crescer há três anos consecutivos.

o segundo é sobre a indignação do meu secretário-geral da FENPROF sobre as palavras cruzadas do Expresso. sinceramente! já não soltava uma gargalhada tão despreocupada e genuína há muito tempo. sobretudo depois de ter lido a notícia sobre os números da fome e da subnutrição.

o terceiro, a propósito de uma notícia sobre a incompetência dos chimpanzés para entenderem a justiça aplicada a terceiros e porque é tempo de verão, mas para mim ainda não de férias, um apelo egoísta para encontrar um amigo virtual que goste do contraditório, de advogados(as) do diabo e de construir e desconstruir teorias filosóficas sobre a evolução da espécie.

hélas, afinal com este serão quatro!

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